"Bivó"

Não podia ser mais carinhoso o termo pelo qual os meus filhos tratam a Bisavó. É dela que aqui venho falar hoje. E porque, no meu entender, homenagens e elogios dão-se em vida e quando merecidos, estas poucas palavras, são isso mesmo, a manifestação da minha parte, e da dos que me são mais chegados, de profunda admiração por esta senhora de 93 anos completos em Janeiro de 2010, que representa um exemplo a seguir.
Dona de uma boa disposição invejável e de um sorriso permanente no rosto, a “Bivó”, cujas rugas e cabelos brancos transparecem a longevidade, tem um coração e uma mente jovialíssimos. A sua sabedoria sobre rezas, adivinhas, lengalengas, canções e ditados não tem fim. Mas o que me admira profundamente é o facto de estar sempre aberta a novos conhecimentos e, mais importante, adora transmitir o que sabe, ensina com tanto prazer que é difícil alguém não querer ficar a saber ainda mais.
Mas ela não se fica só pelas palavras. Com muito bom gosto, transforma pedaços de pano, muitas vezes que já não serviriam para nada, em bonitos galos, pegas, sacos, mantas, tapetes e tantas outras coisas. E os ovos decorados de Martinchel?! Também é ela uma das poucas que os faz. Aplica a mesma técnica em garrafas, puro exemplo de reutilizar com harmonia. E fá-lo tão bem hoje como há 20 anos atrás.
E para quem pensa que ela aprendeu tudo em menina, desengane-se. Um dia contou-me que algumas destas artes manuais, foram-lhe ensinadas por volta dos 60 anos. Mais um exemplo a seguir… nunca é tarde para aprender, aplicar e melhorar.
Pois é, há tanto que falar sobre esta senhora, mas nunca se consegue dizer tudo, principalmente em poucas palavras.
Para quem ainda não descobriu, é a nossa querida Ti Palmira.