O ano mais feliz...

Sempre que posso oiço rádio. Gosto.
Quando conduzo (num carro que tenha rádio e antena :)), aproveito para desfrutar de boas conversas, bons desafios, boa música.
Por vezes dou por mim a saltitar de estação para estação a ver qual delas me prende, porque, por muito boa que seja, o tema tem de me agarrar.
São muitas as viagens em que chego ao destino e fico ali, com o carro parado a ouvir mais um bocadinho :).
Hoje, na Comercial, apresentaram o resultado de entrevistas a pessoas de várias idades, cuja questão era: "Qual o ano mais feliz da sua vida."
Fez-me pensar um bocadinho.
Acho que não conseguia responder a essa pergunta de uma forma tão direta e estanque.
A vida é feita de tantos momentos e a felicidade é feita de tantos bocadinhos...
Fui feliz em todos os anos da minha vida. Houve sim momentos que me marcaram, como o concluir do curso, o primeiro emprego, o casamento, as gravidezes e nascimento dos filhos,...
São marcos na vida. Deram-me tanta felicidade como sentir os mimos da minha mãe, o ter o meu pai como treinador, o cheiro da massa de bacalhau da minha avó materna ou o sabor do puré da minha avó paterna. É inquestionável que me sinto feliz ao lado dos amigos, seja em longas tertúlias, seja nuns picolos 10 minutos a beber café. Sinto-me tão bem a aprender e a ensinar, a superar desafios, mesmo que singelos. Sinto-me sempre tão feliz quando brinco com os meus filhos, quando partilho tempo com eles, quando os vejo superar os desafios a que se propõem com entusiasmo...
A vida é feita de tempo, de vivências, de altos e baixos. A felicidade são todos os momentos que nos provocam boas emoções.
Não consigo diferenciar um ano mais feliz.

Mas estranhamente consigo com muita clareza lembrar-me de momentos menos bons (poucos, felizmente) que me abalaram profundamente durante muito tempo. Aí consigo indicar anos tristes, sempre relacionados com a perda de alguém que me fez muito feliz.

A diferença é que os marcos bons dão inicio ou continuidade a outros momentos agradáveis, felizes.
Os momentos que nos provocaram dor pela perda, quebraram também a possibilidade de continuarmos a ser felizes com quem partiu.
Por isso tento valorizar cada momento, cada dia, dar importância ao que realmente a tem, e assim ser feliz e fazer feliz quem me rodeia, todos os dias, todos os anos...

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